Receber o diagnóstico de autismo de um filho pode ser um momento desafiador. É natural que surjam dúvidas, inseguranças e até mesmo medo do futuro. Mas saiba: você não está sozinho. Com as informações corretas e o suporte adequado, é possível garantir uma vida plena, saudável e cheia de conquistas para a criança e toda a família.
Neste post, vamos mostrar o que fazer nos primeiros passos após o diagnóstico, quais direitos a criança tem, como buscar ajuda e o que é essencial nesse momento.
1. Respire fundo e acolha o diagnóstico de autismo
É normal se sentir perdido no começo. Mas o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é uma sentença — é uma chave para o cuidado certo.
Acolha esse momento com amor e entenda que quanto mais cedo você agir, maiores serão as chances de desenvolvimento do seu filho. Não se culpe. O autismo não tem uma causa definida e não é culpa dos pais.
2. Busque profissionais especializados em autismo
O próximo passo é formar uma rede de apoio terapêutico com especialistas. Os profissionais que geralmente acompanham pessoas com autismo são:
Neuropediatra ou psiquiatra infantil (para diagnóstico e acompanhamento médico);
Psicólogo infantil;
Terapeuta ocupacional;
Fonoaudiólogo (principalmente para atrasos na fala);
Pedagogo especializado em educação especial.
Procure serviços na rede pública de saúde (SUS) ou por meio de convênios, e se possível, em clínicas multidisciplinares especializadas em autismo.
3. Conheça os direitos da criança com autismo
No Brasil, crianças com autismo têm uma série de direitos garantidos por lei. Entre os principais, destacam-se:
Atendimento prioritário em serviços públicos e privados;
Direito à educação inclusiva em escolas regulares;
Tratamento gratuito pelo SUS, incluindo terapias e medicamentos;
Transporte gratuito (municipal e interestadual) mediante laudo médico;
Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), caso a família comprove baixa renda;
Isenção de impostos na compra de veículos adaptados;
Acompanhante terapêutico na escola, se indicado por profissional.
Esses direitos estão amparados principalmente pela Lei nº 12.764/2012, conhecida como a Lei Berenice Piana.
4. Regularize os documentos e cadastros
Para ter acesso aos direitos, é importante manter a documentação da criança em ordem:
Laudo médico com CID F84.0 (TEA);
Cadastro no CadÚnico (caso queira solicitar o BPC/LOAS);
Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), que garante prioridade no atendimento.
Esses registros são essenciais para garantir os benefícios sociais e acessos a serviços públicos.
5. Crie uma rede de apoio
Você vai precisar de suporte. Procure grupos de pais, ONGs, associações de autismo e até perfis nas redes sociais que compartilham experiências.
Conversar com quem já passou por isso pode ajudar a aliviar o peso emocional e indicar caminhos que você talvez não conheça.
6. Prepare-se para ser um defensor
Infelizmente, muitas escolas, postos de saúde e órgãos públicos ainda não sabem lidar bem com o autismo. Por isso, será importante se informar, estudar e defender os direitos do seu filho.
Mas saiba: a lei está ao seu lado. E há muitos profissionais e advogados especializados em garantir que tudo seja cumprido.
7. Não se esqueça de cuidar de você
O cuidado começa dentro de casa, e o principal pilar da criança é a família. Cuide da sua saúde física e emocional. Busque terapia, descanso e apoio. Pais e mães informados, fortes e acolhedores fazem toda a diferença no desenvolvimento da criança.
O diagnóstico de autismo não é o fim de nada — é o começo de uma nova jornada. E essa jornada pode ser leve, amorosa e cheia de progresso se você estiver bem informado e cercado de apoio.
Se você precisa entender melhor os direitos do seu filho ou quer ajuda para acessar os benefícios sociais, conte com a ajuda de um profissional especializado em direito das pessoas com deficiência.
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